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foto: gabriel rufo |
São
João del Rei, é conhecida como a cidade dos sinos,onde o dialogo entre as
igrejas e a comunidade se faz através dessa entidade, que muita das vezes tem
nome e é tratado com um cerimonial apropriado, muitos moradores estão habituados
e compartilham desse conhecimento e canal de comunicação que é parte da
Tradição Católica da cidade. É claro que, ressonâncias não é algo novo por
aqui, terra que escoou todas as riquezas de Minas Gerais até Paraty, com o
destino, Portugal, e que tem na estrutura de cidade histórica, ainda hoje, o
eco do passado. Muitos cumpriram aqui a sua sina, ao som do sino. Agora, temos
algo que faz um caminho semelhante de troca, onde temos a oportunidade de
interação e dialogo com a nossa pátria mãe, Portugal. Mas não através da língua
falada e do ouro, e sim, por meio de uma proposta de encontro muito interessante.
Somos tão próximos em memórias e separados pelo sal do oceano, tão próximos
pela Arte e separados pela majestade de nossa individualidade. Dentro dessa
proposta itinerante, onde cada artista produz um trabalho, uma onda que toca a
próxima estabelecendo assim um dialogo mais duradouro, esse é o novo ouro e
objeto de troca entre as duas nações e os participantes do Ressonâncias III,
entendemos um sentido de continuidade. Mas, aonde moram esses artistas, se a
pátria são duas, moramos em nossas cabeças, essas casas que carregamos para
onde vamos, deve ter sido esse o conforto dos navegantes portugueses,
exploradores dos mares em suas longas viagens.
Ressonâncias
é um projeto que questiona as fronteiras, entre os países e as pessoas e que
afirma que vibrando dentro de uma proposta artística, percebemos a linha tênue
que nos separa do outro, e como somos divididos em partes no nosso dia- a- dia,
ocupando vários espaços e tarefas diferentes, e nos mostra também que no
decorrer do processo proposto por Virgínia Fróis, que somos unidos pela memória,
essa, espelho do mar e do mel, isso pode explicar e justificar o uso da cera de
abelha no momento de copiar as cabeças dos participantes. Ao ver o resultado
obtido com os primeiros envolvidos nesse projeto, percebemos um sentido de
unidade, que se assemelha ao trabalho coletivo das abelhas. O zumbido é o mantra,
dentro de nossas cabeças, unindo e vibrando, para entendermos essa caminhada. É
claro que a questão da vida e da morte é abordada, pois, são elos entre os
participantes. Dentro daquele momento de tirar o molde da cabeça, nos
entregamos nas mãos do outro e confiamos a ele nossa casa, ficamos no escuro
sem o controle da situação.
O
particular e interessante é que não importamos nenhum dos materiais usados no
projeto, dentro da proposta de usar argilas locais e a cera de abelha da região,
algo previamente definido pela Artista Virgínia Fróis, encontramos nossa
identidade, somos uma parte dessa terra e desses materiais. Começamos com muita
sorte no Laboratório de Cerâmica do Curso de Artes Aplicadas em Cerâmica da
UFSJ, pois, nosso primeiro encontro coincidiu com um encontro de apicultores, também
dentro do Campus da UFSJ, o que facilitou a compra de cera de abelha para a
confecção das cabeças. Ao receber o apicultor Paulo, vimos a reação dele de ver
a cabeça feita com cera, acabamos ganhando meio quilo cera, e a possibilidade
de comprarmos mais quantidades, e assim, estabelecemos um contado com uma
pessoa que não sabia que aquilo era possível. Outro encontro muito interessante
foi buscar argila vermelha em Prados MG, que fica a 28Km de São João del Rei,
onde trocamos conhecimentos com o dono do barreiro o Senhor Didiu, que foi
muito gentil e doou uma boa quantidade de argila para uso no projeto.
Agradecemos a participação dos artistas envolvidos, que nos ensinaram as
técnicas usadas no projeto Ressonâncias, e falaram de suas experiências artísticas,
e, agradecemos também aos professores do curso de Artes Aplicadas em Cerâmica
da UFSJ que fortaleceram ainda mais o grupo Ressonâncias III.
texto: gabriel rufo
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foto: marcopolo bonáccio |
" Ressonâncias, remete a “ecoar”. Ecoar
o que tem dentro de você, trazendo a tona todos seus anseios, mistérios,
ternura, amor, paz e ate aberrações interiores contidas dentro do ser.
Em conversa com o grupo Ressonâncias
III, surgiu um assunto que chamou a minha atenção “Quero minha máscara
bonita!”. Esse querer não reflete a proposta do trabalho e sim, um desejo
individual de estar bem representado, mas a ideia de Virgínia Fróis é criar uma
construção harmônica de trabalho em grupo, que gere de maneira natural um
movimento de ressonância.
A experiências de realizar algo pela terceira
vez, repetindo o processo, e o uso de diversos materiais, mantendo a mesma
união do primeiro grupo, fortalece esse trabalho sem fronteiras, que assume uma
vanguarda na sua realização. Ressonâncias III está sendo realizado em São João
Del Rei, onde vamos utilizar matérias primas da região como: argilas, engóbes e
cera de abelha. Em nosso primeiro encontro aprendemos a fazer o molde da cabeça
de gesso, para depois preenche–la de cera de abelha, fazendo assim, uma cabeça
de cera, e depois uma cabeça de argila com o mesmo molde de gesso."
reflexão: marcopolo bonáccio
Apresentação do Projeto Ressonâncias
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Isabel Weingaertner
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Marcopolo Bonáccio |
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Junior Barbosa |
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Lorena D`Arc |
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Lorena D`Arc, Vanessa Murakawa e Gabriel Rufo |
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